Minha
mente se volta para a condenação de Lula em segunda instância e me
pergunto o que pode significar isso para a nossa política.
Gostaria
muito de acreditar que a condenação de Lula reflete que possuímos
uma constituição e uma base moral sólida. Entretanto, sabemos que
não é verdade. Nos últimos tempos, vemos o presidente Michel Temer
cometendo atos que o levariam direto para
um impeachment, mas com o apoio do congresso e a distribuição de
emendas parlamentares, ele comprou a sua sobrevivência.
Se
alguns estão acima da lei e outros não, posso afirmar que Lula não
está. Não está porque ele ousou se opor àqueles que governam de
fato esse país. Aqueles, não são a maioria dos cidadãos
brasileiros que viam na candidatura de Lula uma forma de recuperar as
conquistas sociais que estão indo para o abismo com o governo Temer.
Se
damos adeus a Lula, deveríamos pensar: quem nos representará em
2018? Existe um descrédito de nossa classe política. Alguns
oportunistas podem aproveitar da situação para chegar ha um lugar
que nunca imaginaram.
Façamos
um paralelo aos Estados Unidos. A onda de conservadorismo no mundo
deu a cadeira da Casa Branca a Donald Trump. Lançado em 9 de janeiro
de 2018,
Fire
and Fury: Inside the Trump White House, retrata que Trump é um
presidente inapto e sem um plano de governo. Não precisamos ir muito
longe. Doria em outubro de 2017 (dados do Data Folha) possuía apenas
32 % de aprovação. Bem, os norte-americanos e os paulistanos terão
que dar conta do governante que escolheram.
Para
as eleições presidenciais de 2018 nenhum partido possui um nome
forte. Alguém confiável e fiel aos ideais partidários. Alguns, até
ameaçaram em lançar um apresentador de TV para conseguir votos. Os
partidos pecaram
em
trabalhar nas
suas bases e desenvolverem
nomes
capazes de assumir um cargo tão importante.
A
condenação de Lula demonstra mais que um revanchismo entre dois
polos, mais que a perda de conquistas sociais, mais que ter deixado o
mapa da miséria. A condenação de Lula representa o quanto nossa
politica está pobre. Pobre de pessoas
preparadas
e
dispostas para
governar e construir de forma justa um país. Será que vamos
entregar nossas vidas a um qualquer homofóbico, machista e condenado
por insuflar o estupro ou vamos entregar nosso país a
evangelizadores que em sua hipocrisia pretende rasgar a constituição
e os direitos humanos?
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