Voltando da padaria, domingo de manhã, meu andar se
emparelha com uma mãe e seus dois filhos. Um garoto, de aproximadamente de
quatro anos e uma garotinha de pouco mais de dois. Em toda a sua pureza, ela
vendo a saco de pão em minhas mãos dispara a falar:
- Já comi ali - Aponta para a padaria. - Vai comer
onde?
- Lá em casa.
- Onde mora?
- Do lado.
- Qual o seu nome?
- Filipe, e o seu?
Não entendi. O irmão ajuda:
- Josiane.
A mãe desconcertada:
- Você é muito dada.
- Quantos anos têm? – pergunto.
Ela me mostra três dedos.
- Três? – falo incerto olhando aqueles pequeninos
dedinhos tentando mostrar a idade.
- Ela tem dois – acode o irmão.
- Tchau moço- despede-se um uníssono as duas
crianças.
- Tchau.
Abro
o portão e entro no condomínio. Eles continuam seu caminho matinal dominical, com
a pureza e a inocência da infância.