terça-feira, 27 de setembro de 2016

Crime e Castigo

Ler "Crime e Castigo" me deixou boquiaberto. Como um livro pode ser tão atual?

Dostoievski não teve escrúpulos para brincar com minha relação com a justiça. O que é o crime? Qual será a punição? A lei é para todos? Todos são iguais perante a lei?

Outro ponto me abalou um pouco mais. A ideia de que a sociedade é dividida em duas castas: pessoas ordinárias e pessoas extraordinárias.

O primeiro grupo seriam pessoas comuns. Pessoas que obedecem as leis e trabalham apenas para a sua subsistência. Não pense que nesse grupo, a origem social ou a riqueza são relevantes. São pessoas que apenas constituem uma massa alienada, que remam conforme a maré e se sentem bem em ser guiadas pelo pastor, pelos governantes ou pela televisão. O destino é algo que não importa. Basta apenas que continuem seguindo.

O segundo grupo de pessoas, as ditas extraordinárias, são as que se sentem e se colocam acima da lei. Tais criaturas ignoram as regras, passam por cima de tudo para que seus desejos sejam atendidos. Tais pessoas, retratadas pelo autor em sua obra, seriam capazes de mudar o mundo.

Para mim, esse foi o ponto crucial da leitura. Olhei ao meu redor e percebi como existem criaturas que confirmam a alegoria de Dostoievski. Governantes, juízes, empresas, instituições religiosas que se consideram acima da lei e cometem atos criminosos sem um pingo de remorso. Outros, vivem apenas suas vidas alheia a tudo.

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