Ferreira Gullar algum tempo atrás escreveu como a
TV se postava como única responsável e fonte verdadeira da informação. Talvez,
nos dias de hoje, aquela crônica, da qual não me recordo o título abarcaria as
redes sociais.
Facebook, You Tube, Istagram, Google+, Twitter,
Wattzap, dentre muitas outras opções absorvem o nosso tempo e mente em uma
avalanche de informações minuto a minuto. Talvez, até mais rápido que isso.
Estamos conectados praticamente vinte quatro horas
por dia. Almoçamos, jantamos, tomamos até banho com o celular perto,
simplesmente para não perder aquela mensagem importantíssima que poderá chegar
a qualquer momento.
E não é que ela chega? Chegam mensagens a todo
instante. Mensagens e notícias desimportantes, enfadonhas, vexatórias,
descartáveis, muitas vezes mentirosas. Entretanto, não conseguimos abrir mão
delas. Lemo-las e sorrimos com nossa falta de assunto. Para completar o circulo
vicioso da droga, compartilhamo-las.
Não precisamos abrir mais um jornal, mesmo que seja
eletrônico. A notícia chega sem ser chamada. Transforma mentira em verdade. O
repórter, nem mais a rua sai. Basta ter um celular conectado à internet à mão e
esperar. Depois colocá-la no ar.
Às vezes recebo alguns vídeos do You Tube. Existem
canais ótimos com vídeo aulas e conteúdo bem trabalhado. Não usemos a
ferramenta para espalhar vídeo de amante flagrada em motel ou piadas de mais
baixo calão. Alguns minutos de fama, nem sempre valem a pena.
Acabo de me lembrar da Dona Fulana e do Senhor
Cicrano. Aquele casal. Ela, no portão o dia todo. Ele, sentado na porta do
botequim. Não perdiam um fato. Eram sempre os primeiros a dar noticia de tudo e
agregar suas próprias interpretações. Ganhavam o título de fuxiqueiros.
Coitados! Hoje, perderam o lugar para as redes sociais.
Não sou contra as ferramentas digitais. Utilizemo-las
sim, sem culpa, para promover a igualdade, disseminar a cultura e a arte. Produzamos
bons trabalhos. Todos nós ficaremos gratos.
Parabéns pelo seu novo blog, Filipe. Sucesso nesta nova empreitada!
ResponderExcluirRealmente, o bem ou mal não estão nas coisas em si, mas no uso que fazemos delas. As redes sociais podem ser usadas tanto para inserir e conectar pessoas, disseminar conhecimento, quanto para reproduzir discursos de ódio, ignorância e intolerância, conduzindo-nos cada dia mais próximos da idiocracia. Façamos então uma reflexão para usarmo-nas de forma mais consciente.
Obrigado José!
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