sábado, 23 de julho de 2016

Banalização as redes sociais

Ferreira Gullar algum tempo atrás escreveu como a TV se postava como única responsável e fonte verdadeira da informação. Talvez, nos dias de hoje, aquela crônica, da qual não me recordo o título abarcaria as redes sociais.

Facebook, You Tube, Istagram, Google+, Twitter, Wattzap, dentre muitas outras opções absorvem o nosso tempo e mente em uma avalanche de informações minuto a minuto. Talvez, até mais rápido que isso.

Estamos conectados praticamente vinte quatro horas por dia. Almoçamos, jantamos, tomamos até banho com o celular perto, simplesmente para não perder aquela mensagem importantíssima que poderá chegar a qualquer momento.

E não é que ela chega? Chegam mensagens a todo instante. Mensagens e notícias desimportantes, enfadonhas, vexatórias, descartáveis, muitas vezes mentirosas. Entretanto, não conseguimos abrir mão delas. Lemo-las e sorrimos com nossa falta de assunto. Para completar o circulo vicioso da droga, compartilhamo-las.

Não precisamos abrir mais um jornal, mesmo que seja eletrônico. A notícia chega sem ser chamada. Transforma mentira em verdade. O repórter, nem mais a rua sai. Basta ter um celular conectado à internet à mão e esperar. Depois colocá-la no ar.

Às vezes recebo alguns vídeos do You Tube. Existem canais ótimos com vídeo aulas e conteúdo bem trabalhado. Não usemos a ferramenta para espalhar vídeo de amante flagrada em motel ou piadas de mais baixo calão. Alguns minutos de fama, nem sempre valem a pena.

Acabo de me lembrar da Dona Fulana e do Senhor Cicrano. Aquele casal. Ela, no portão o dia todo. Ele, sentado na porta do botequim. Não perdiam um fato. Eram sempre os primeiros a dar noticia de tudo e agregar suas próprias interpretações. Ganhavam o título de fuxiqueiros. Coitados! Hoje, perderam o lugar para as redes sociais.

Não sou contra as ferramentas digitais. Utilizemo-las sim, sem culpa, para promover a igualdade, disseminar a cultura e a arte. Produzamos bons trabalhos. Todos nós ficaremos gratos.

2 comentários:

  1. Parabéns pelo seu novo blog, Filipe. Sucesso nesta nova empreitada!

    Realmente, o bem ou mal não estão nas coisas em si, mas no uso que fazemos delas. As redes sociais podem ser usadas tanto para inserir e conectar pessoas, disseminar conhecimento, quanto para reproduzir discursos de ódio, ignorância e intolerância, conduzindo-nos cada dia mais próximos da idiocracia. Façamos então uma reflexão para usarmo-nas de forma mais consciente.

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