domingo, 24 de julho de 2016

As Sufragistas

Não tenho a intenção aqui de avaliar o filme “As Sufragistas”, que assisti no fim de janeiro. Esse trabalho, o deixo para os críticos cinematográficos. Gostaria colocar em debate a relevância do tema para nós, brasileiros em pleno século 21.

O movimento sufragista consiste na luta das mulheres pelo direito ao voto. Isto é, direito às mulheres de participarem ativamente da sociedade e com o seu poder de decisão contribuir para a condução da mesma.

No Brasil, as mulheres conquistam o direito ao voto em 1932. Na França, as mulheres passaram a votar amplamente apenas em 1944 e na Suíça, 1971. Ressalto que, ainda hoje, há países no mundo que não permitem o voto de mulheres.

O filme retrata como o voto não consiste em um simples fato de ir às urnas e escolher. É o rompimento da mulher com o mundo machista e opressivo. É a luta por igualdade de direitos oportunidades de instrução e igualdade de salário.

A pergunta que faço é: em 2015, temos uma sociedade igualitária?

Nossa sociedade avançou, mas ainda está longe de ostentar esse termo. A mulher é forçada a se submeter a uma jornada dupla de trabalho. É ela que, em muitos lares assume, integralmente, a responsabilidade da criação dos filhos, cabendo ao homem posar como o provedor. Mas que provedor? Elas estão lá, no mercado de trabalho e constituem parte da renda familiar. Em muitos casos, toda a renda.

Mas a luta por direitos iguais não pode cessar. Uma mulher ainda trabalha mais que um homem para ganhar cerca de 40 % menos na mesma função. O número de executivas em altos cargos públicos ou privados não se equipara aos de homens.

Diariamente, muitas ainda são violentadas, espancadas e desrespeitadas por seus parceiros. Homens que se acham no direito de ignorar quaisquer leis que visam proteger a integridade física da mulher.

Não fechemos aos olhos à luta de nossas mães, irmãs, amigas, parceiras, mulheres. Ler os impropérios disseminados após a prova de redação do ENEM em 2015, nas redes sociais, mostra o quanto estamos longe de reconhecer os direitos da mulher.

Fecho essas reflexões dizendo que esse filme deveria ser assistido por nós homens, para que repensemos o quanto nossas atitudes machistas aleijam um ideal de verdadeira igualdade.

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