Não tenho a intenção aqui de avaliar o filme “As
Sufragistas”, que assisti no fim de janeiro. Esse trabalho, o deixo para os
críticos cinematográficos. Gostaria colocar em debate a relevância do tema para
nós, brasileiros em pleno século 21.
O movimento sufragista consiste na luta das
mulheres pelo direito ao voto. Isto é, direito às mulheres de participarem
ativamente da sociedade e com o seu poder de decisão contribuir para a condução
da mesma.
No Brasil, as mulheres conquistam o direito ao voto
em 1932. Na França, as mulheres passaram a votar amplamente apenas em 1944 e na
Suíça, 1971. Ressalto que, ainda hoje, há países no mundo que não permitem o
voto de mulheres.
O filme retrata como o voto não consiste em um
simples fato de ir às urnas e escolher. É o rompimento da mulher com o mundo
machista e opressivo. É a luta por igualdade de direitos oportunidades de
instrução e igualdade de salário.
A pergunta que faço é: em 2015, temos uma sociedade
igualitária?
Nossa sociedade avançou, mas ainda está longe de
ostentar esse termo. A mulher é forçada a se submeter a uma jornada dupla de
trabalho. É ela que, em muitos lares assume, integralmente, a responsabilidade
da criação dos filhos, cabendo ao homem posar como o provedor. Mas que
provedor? Elas estão lá, no mercado de trabalho e constituem parte da renda
familiar. Em muitos casos, toda a renda.
Mas a luta por direitos iguais não pode cessar. Uma
mulher ainda trabalha mais que um homem para ganhar cerca de 40 % menos na
mesma função. O número de executivas em altos cargos públicos ou privados não
se equipara aos de homens.
Diariamente, muitas ainda são violentadas,
espancadas e desrespeitadas por seus parceiros. Homens que se acham no direito
de ignorar quaisquer leis que visam proteger a integridade física da mulher.
Não fechemos aos olhos à luta de nossas mães,
irmãs, amigas, parceiras, mulheres. Ler os impropérios disseminados após a
prova de redação do ENEM em 2015, nas redes sociais, mostra o quanto estamos
longe de reconhecer os direitos da mulher.
Fecho essas reflexões dizendo que esse filme
deveria ser assistido por nós homens, para que repensemos o quanto nossas
atitudes machistas aleijam um ideal de verdadeira igualdade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário