Placa de Iemanjá depredada. |
Na
noite de sábado, 16 de dezembro de 2017, visitei a nova Praça de Iemanjá, na
orla da Lagoa da Pampulha. A estátua, inaugurada em 1982, foi restaurada e está
emoldurada pelo maravilhoso portal de Jorge dos Anjos que referencia nossos orisàs.
Em uma
reportagem sobre a obra de restauração, me informei que o posicionamento da
imagem, a dez metros da orla, é devido à necessidade de proteção para a imagem contra
a depredações. Sábia decisão. Inaugurada em 12 de dezembro de 2017, a nova
praça de Iemanjá já foi depredada. O nome da divindade foi removido da placa da
prefeitura que nomeia o espaço.
A
revolta que sinto ao ver a depredação é tão grande quanto ver a Igreja de São
Francisco de Assis pichada. São dois monumentos públicos, construído para a
população e, que integra área recém-tombada como patrimônio mundial da
humanidade pela Unesco.
Mais
que uma questão de desrespeito a cidadania, arrancar o nome de Iemanjá da placa
é uma prática de intolerância religiosa. É uma tentativa de apagar nossas
referências a religião de matriz africana. Apagar a história de um povo negro
que construiu com sangue, atabaques e muito asè essa cidade.
Devemos
estar atentos a ocupar e proteger esses espaços públicos que são simbólicos
para os povos do candomblé e da umbanda. São espaços de resistência, espaços de
muito asè. Com orgulho e cabeça erguida devemos continuar a ocupar os espaços
que a nós pertence, que também nos é direito. Asé!
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