O sertão e eu
- por Filipe L. Dias
Meu primeiro contato com
Guimarães Rosa foi quando li “Grandes Sertões Veredas”. Passou quase vinte anos
para que eu voltasse a visitar a obra do autor. Acabo de ler “SAGARANA”. É incrível como a obra
atravessa o tempo e se mostra ainda atual. A obra editada pela editora Nova
Fronteira, reúne nove contos do mestre.
Todos os contos são um
retrato do sertão brasileiro, mais precisamente Minas Gerais. As relações
humanas são o mote de cada história, narradas com um vocabulário que transporta
o leitor para o meio do sertão.
“O burrinho pedrês”,
primeiro conto do livro me arrebatou pelo pescoço, me tirou o fôlego. Duelo é surpreendente. Me vi em “Corpos fechado” realizando todas as
mandingas para me trazer boa sorte. Agora, “Conversa de Bois”, é fantástico e
me levou a refletir o quanto o quanto somos capazes de reagir, com sangue nas
mãos e tristeza nos olhos, quando somos oprimidos e ignorados em nossa essência
humana.
Não é uma leitura fácil, mas
é prazerosa. Recomendo e não se assuste se ouvir um carro de boi cantar enquanto
lê. Afinal, são 325 páginas de pura cultura do nosso sertão. Eh boi!
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