sábado, 1 de outubro de 2016

Sagarana


O sertão e eu

- por Filipe L. Dias

Meu primeiro contato com Guimarães Rosa foi quando li “Grandes Sertões Veredas”. Passou quase vinte anos para que eu voltasse a visitar a obra do autor. Acabo de ler “SAGARANA”.É incrível como a obra atravessa o tempo e se mostra ainda atual. A obra editada pela editora Nova Fronteira, reúne nove contos do mestre.

Todos os contos são um retrato do sertão brasileiro, mais precisamente Minas Gerais. As relações humanas são o mote de cada história, narradas com um vocabulário que transporta o leitor para o meio do sertão.

“O burrinho pedrês”, primeiro conto do livro me arrebatou pelo pescoço, me tirou o fôlego. Duelo é surpreendente.  Me vi em “Corpos fechado” realizando todas as mandingas para me trazer boa sorte. Agora, “Conversa de Bois”, é fantástico e me levou a refletir o quanto o quanto somos capazes de reagir, com sangue nas mãos e tristeza nos olhos, quando somos oprimidos e ignorados em nossa essência humana.


Não é uma leitura fácil, mas é prazerosa. Recomendo e não se assuste se ouvir um carro de boi cantar enquanto lê. Afinal, são 325 páginas de pura cultura do nosso sertão. Eh boi!

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